quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O Retorno - Senta que lá vem textão

Boa tarde, Antes de qualquer coisa, devo dizer que sou eu, Paola, e não Roberto, escrevendo. Não consigo acessar com meu login, pedirei ajuda aos universitários.

Ontem eu planejei escrever no blog, uma última postagem, de encerramento. Tinha alguns motivos para tal e então explicaria para todos e daríamos um desfecho digno a este meio que por muito tempo me foi útil e também ajudou a muitos, além de deixar registrado histórias que para os meus filhos serão um verdadeiro tesouro, quando crescerem. Assim espero. 

Porém, como nem tudo sai como planejamos, bem hoje, me veio uma reflexão que eu não pude deixar de incluir no blog. E será um assunto que ainda deverá ser aplicado e que, portanto, não se resumirá em apenas 1 post. Estaremos juntos até o ano que vem, quando pretendo colocar em prática essa minha ideia e então dividirei aqui com vocês, a experiência. Com isso, uma coisa leva a outra e então já tenho assunto para um próximo post, que é atualizar vocês quanto à nossa situação atual pois MUITA coisa aconteceu em nossas vidas desde o último post. 

Quando engravidei li muitos livros sobre o desenvolvimento infantil e sobre como educar um filho. Óbvio que a teoria é bem diferente da prática, mas eu queria uma luz. Quando soube que eram trigêmeos, fui em busca de artilharia mais pesada e, na época, o mais próximo que encontrei foi: CRIANDO FILHOS GÊMEOS, de Patricia Maxwell Malmstrom e Janet Poland. Li com bastante afinco do início ao fim e achei bem interessante. 

Lá abordava o tema de como proceder com as crianças na escola. Indicava que a princípio, o indicado seria inserí-los juntos, na mesma sala de aula, mas que, ao crescerem, seria ideal separá-los para o bem da individualidade de cada um. 

Os meus estão quase beirando os 8 anos e eu, por várias razões, não quis separá-los ainda. Sempre tinha uma desculpa para mantê-los juntos. Primeiro foi o fato de ingressarem na escola aos 2 anos, achei que já iam se separar de mim, perder a babá que voltou para seu estado e ir para um ambiente novo, que era a escola e não a casa, à qual estavam acostumados. Coloquei juntos. 

1 ano e meio depois mudei de escola e o mesmo argumento: em meio a tanta mudança, não vamos piorar as coisas: mantemos juntos. mais um ano e meio depois uma nova mudança, dessa vez grande: de casa, país, idioma, amigos e por aí vai. Ficaram juntos. 1 semestre depois mudaram de escola e 1 ano depois, voltaram ao país de origem e estão Juntos! Achei que seria sempre pro bem deles e me sentia confortável, aliviada, com isso. 

No entanto, hoje, em meio ao caos de mais uma manhã, fiquei de fora, observando o comportamento dos 3 e então me veio um estalo que que talvez, eles estejam de saco cheio um do outro, de que talvez, eles estejam buscando e precisando de espaço para se desenvolver e estão tolhidos devido à condição de serem gêmeos. Coincidentemente, eu estava folheando uma revista e me deparei com o testemunho de uma mãe de trigêmeos, contando como foi essa separação de seus filhos na escola e relatando como foi positiva a mudança. De repente tudo fez sentido.

Me deparei com o velho problema de sempre: Poxa, mas logo ano que vem, que estamos mudando de casa e de escola de novo? Seria uma boa razão para deixá-los juntos de novo né? NÃO!!! Será uma excelente OPORTUNIDADE de iniciarem um novo estilo de vida. Nessa escola nova ninguém os conhece, eles não terão seus amigos preferidos na sala ao lado, nem o porteiro, a recepcionista etc que mencionarão os irmãos o tempo todo. Finalmente, eles poderão saber como é ter uma vida comum, uma professora só pra eles, amigos só deles, sem comparações, sem obrigações de disputa, uma vida que respeitará essa individualidade tão particular de cada um. Eles são muito diferentes! E são bem independentes. Acredito que será bastante positivo. Resta saber se na nova escola terá essa possibilidade. Não é toda escola que tem 3 salas da mesmo turma. Mas se tiver 2, já ajuda. 

Só pra deixar claro: eles se amam e são muito unidos, mas eles brigam muito também. Soube que é normal, coisa da "irmandade", são brigas bobas, implicâncias, acima de tudo. Na minha presença nem tanto. Mas basta ter um terceiro no meio e vira o caos. Eles querem disputar atenção. Sem maldade mas eles são comparados o tempo todo. Acredito que seja assim também na escola. Isso só incentiva essa disputa. Eles se sentem na obrigação de agradar o tempo todo, mais que o irmão. 

Mas como eu citei anteriormente, eles são diferentes, com interesses diferentes e então cada um desenvolve uma habilidade diferente mas se sentem culpados por não saber fazer aquilo que o irmão faz. Dá pra entender?

Eu sou completamente diferente das minhas irmãs e sei fazer coisas que elas não sabem bem como não sei fazer coisas que elas sabem. Mas a nossa diferença de idade e maturidade fez com que a compreensão dessas diferenças fosse mais fácil e assim a gente até usa a nosso favor essas diferenças e em vez de competirmos, a gente soma as habilidade e juntas somos super poderosas! É isso que quero proporcionar para eles agora. A separação será o marco da liberdade, individualidade. Acredito que vá permitir um desenvolvimento melhor dessas habilidades individuais e após isso, mais maduros e menos sufocados, eles poderão usar isso a favor deles. 

Não me prolongarei mais nesse raciocínio, até porque está tudo ainda na fase hipotética ainda. Só poderei afirmar os benefícios e o quão viável ou difícil foi, após finalmente ter a experiência! E vocês, o que acham? Já passaram por isso? Conte pra mim e vamos juntar essas informações para nos ajudarmos mutuamente! Beijos a todos e VOLTEI hein?