Desde o último post muita coisa aconteceu por aqui, andei sem tempo e agora parei para pensar no que postar. Eu não posto apenas por postar. Pra contar cada peripécia das crianças pois não teria tempo de relatar todas. SÃO MUITAS.
Muitas das coisas que aconteceram e pensei em comentar já foram temas de posts anteriores e não quis ser repetitiva. Para não deixar de mencionar, tivemos uma festa junina no condomínio, mas dessa vez vesti o trio a rigor e vou colocar as fotos aqui.
Rodrigo apareceu com umas pintinhas vermelhas pelo corpo, fui na emergência, fizemos exame de sangue até e nada. No fim das contas, como não podia deixar de ser, era uma virose e como veio, vai, era só esperar, disseram os médicos. Nenhum outro sintoma associado, além de ele ter passado uns dias dengosinho, desanimado, que pode ser atribuido também à falta do pai.
Natália me apareceu com umas aftas que Deus me acuda. Não conseguia comer nada tadinha. Enfim, problemas passados à parte, afinal durou pouco e estão todos bem e pintando o 7 na sua melhor forma, eis que escolhi o tema a ser abordado: AUSÊNCIA DE ALGUÉM IMPORTANTE.
Saudade dói dói dói é música, e alguém a escreveu por um sentido. Não foi do NADA. Enfim, quem não sente saudade de ficar longe do pai, da mãe, do marido, do filho, quando este viaja pra bem longe e passa bastante tempo? Pois é, eu estou morrendo de saudade do meu marido, mas sei que ele está fora à trabalho, é uma necessidade e sei a data certa de revê-lo. Mas e as crianças?
A depender da idade, algumas já entendem. Não gostam, mas aceitam. Outras pensam no lado bom, que quando o pai chegar vai trazer montes de brinquedo e tal. Além de que, os maiorzinhos podem usar o rádio, o telefone, internet, entre outras modalidades tecnológicas para ajudar.
Uns, mesmo que ainda pequenos, estão acostumados com essas ausências temporárias, pois são pais que sempre apresentaram tal rotina e então eles se acostumam. Percebem que o pai "sumiu", mas uma dia vai voltar, afinal já aconteceu isso tantas vezes e nem ficam aflitos.
Abordei esse tema para dar chance de outras mães contarem seus casos. Alguns pais viajam constantemente, outros a mãe é quem viaja. Outros vão os dois juntos... ai, não quero nem imaginar.
Sei que meu marido sempre viajou muito a trabalho e eu já estava acostumada, mas desde o nascimento das crianças ele foi requisitado muito pouco fora e nunca foi tanto tempo então como eles eram pequeninos, nem perceberam. Ele cansou de ir e voltar no dia seguinte pra não dormir nem mais um dia fora. Teve uma viagem que ele foi e voltou no mesmo dia. Mas dessa vez, as crianças com maior percepção de tudo e 15 dias sem pai.
No início, apenas nos dois primeiros dias, eles não deram muita importância. A partir daí, passei maus bocados por aqui! Rodrigo foi quem mais sentiu e passou duas noites sem dormir direito. Acordava de dez em dez minutos (sem brincadeira) chorando e só parava quando eu encostava nele. Tinha de ficar agarrado comigo. Ai de mim se me afastasse. Não era dor, senão não pararia quando ele se enfiava literalmente no meu sovaco (desculpem o termo, mas é o que representa melhor a situação. Axila seria muito formal. kkk) ou não estivesse emcima da minha barriga (mas assim era difícil eu respirar, ele tá pesado pacas. kkk), uns três dias seguidos dormimos de mãos dadas.
A partir do quinto dia, Natália já começou a demonstrar insatisfação com a situação e também reivindicou seu sovaco. kkk Imagina como estou dormindo, com dois embaixo dos braços e não posso neme me mexer. Como estão dormindo comigo, de vez em quando escuto alguém falar mesmo dormindo "papai?".
O pai, de longe e também com saudades, resolveu tentar se comunicar pelo Skype. Luisa, sempre se mostrando mais madura do que a sua idade, falou com o pai como se ele estivesse aqui. Deu oi, soltou beijo e disse que ama. Natália se mostrou indiferente, mas Rodrigo... piorou a situação. Na primeira vez ele falou com o pai, na segunda ele começou a gritar "Àbiiiii" e fazendo gesto de querer abrir o computador pra tirar o pai dali de dentro. Na terceira, quarta, quinta, sexta... Ele resolveu ignorar o pai, andava pelo quarto e sequer olhava para o computador como se dissesse: Você aí não me serve.
Na sétima vez ele foi até o computador, parou em frente a imagem do pai, ficou mudo e apenas mudou de cor: ficou vermelho e os olhos encheram de lágrimas. O pai de lá do outro lado também aflito né? Eu não vou mentir que umas duas vezes não consegui segurar o choro. Chorei muito, por pena do Rodrigo e por não saber o que dizer. Papai viajou? Não significa nada. Tá trabalhando, eles não iam acreditar pois eu digo que ele tá trabalhando todo dia e ele volta mesmo assim. Resolvi dizer que o pai foi dormir. Ele até melhorou ontem. Acho que tá acostumando.
Agora os três apontam o computador e falam: "papai!" e muitas vezes chamam o pai no computador. "AdÊ, papai?". Rodrigo ainda hoje falou pra mim: "Papai? Mimiu?". Eu por dois dias falei com o pai pelo computador e chamei só as meninas, preferi excluir Rodrigo, pois na minha ignorância ou não, eu acahava que ele já está "bem". Melhor não citar o pai e lembrar que ele não está ali. Afinal, ele já deu provas que aquilo ali não o satisfazia.
Que situação hein? Muitas já devem ter passado por algo assim, para as que não, não queiram! Mas eles já estão bem espertos e imagino eu que dentro em breve eles entederão melhor a situação e sofrerão menos.
Essa é minha situação no momento: pedindo para o tempo passar e o papai chegar logo. Falta pouco agora. Estou ansiosa! Também, imagino o tamanho da alegria deles quando virem o pai e ainda por cima cheio de presente!