Antes de as crianças nascerem, li muitos livros "ensinando" a criar bebês, assisti programas e virei fã da supernanny. Mas todos sabem que a prática não é bem como ilustra a teoria. E cada bebê é único, bem como cada um de nós.
Eu sempre disse que não permitiria que eles dormissem no meu quarto depois de grande para não criar o costume e eles nunca mais sairem de lá. Vi também que quando eles resmungam no berço, a gente tem que deixar lá e ele se acostumará. Deixar até mesmo chorar, depois passa. Não é isso? Pois é, mas o fato de serem três tornou esse ensinamento difícil, pois se um resolvesse dar plantão e ficar chorando por colo, eu correria o risco de acordar os demais e ao invés de perder a noite com um, ficaria de plantão com os três... O que fazer?
Vou voltar no tempo e contar como foi e está sendo minha experiência noturna: Quem nos acompanha, sabe que eu não tenho babá à noite. Somos apenas eu e papai. Por opção, para preservar nossa privacidade, para aproveitarmos nosso restinho de liberdade.
As crianças dormiram no meu quarto quando pequeninos. Ganhei de minha sogra três Moisés completos, com colchãozinho, proteção lateral e cortinado. Colocava cada um no seu moisés e espalhava ao redor da cama. Porque? Praticidade: Assim, eu escutava imediatamente o primeiro gemido e pegava antes de chorar para não acordar os outros. Sem falar que no início eles mamavam de madrugada e assim nos cansaria menos. As vezes eu nem saia da cama, esticava o braço, pegava quem chorava, fazia o leite pois tinha tudo no lado da cama, dava a mamadeira e devolvia para o moisés e dormia novamente. Rodrigo dormia sempre do lado de Roberto e as meninas do meu lado. Assim, eu ficava responsável pelas duas e ele, por Rodrigo (é que Rodrigo era devagar e consumia quase que o mesmo tempo que as duas). Dessa forma, meio organizada, conseguíamos dormir mais e melhor.
Aos 8 meses, o moisés já pequeno, coloquei no quarto. Eles quase não acordavam de noite, então foi fácil. Liguei a babá eletrônica e ao primeiro ruído corria para socorrer no quarto vizinho. Ninava um pouquinho e devolvia para cama. Com 8 meses era assim. Eles só acordavam por acaso, e precisavam ser ninados novamente. Nem precisavam mais comer. Dormiam rápido, mas precisava da minha presença. Era aí que diziam que eu devia deixar lá que eles aprenderiam a se ninar sozinhos, mas das poucas vezes que eu demorei a chegar, o berreiro foi tão grande que acordou ou outros dois, de mal humor e aí foi a tragédia: Porque daí tínhamos de fazê-los dormir novamente um a um...
Luisa desde sempre dormiu a noite toda e sempre na caminha dela. Ela até acorda as vezes e eu vou lá, mas vejo que ela está se enroscando, fechando o olho e dorme sozinha. Nunca me deu trebalho.
Dois 8 aos 10 meses, Rodrigo e Natália acordavam uma vez cada um, as vezes eu dava leite, outras não e até então estava tudo bem. Mas aos 10 meses, Rodrigo ficou com o sono leve e agitado, não sei se foi dente, que ele teve muitos de vez, e aí eu tirei ele do quarto. Coloquei o berço portátil no meu quarto e de madrugada eu transferia ele para lá. O fazia dormir na sua cama, para ele saber que ali é seu lugar, mas de madrugada, por conveniência, levava para o meu quarto: para evitar acordar as duas e para ficar mais fácil de dar assistência a ele. Eu levantava rapidinho, ninava e voltava.
Passada a fase de Rodrigo, veio a de Natália. Na semana de fazer um ano, ela encasquetou que não queria dormir no quarto dela. Era incrível. Meia noite ela acordava, eu ninava, ela dormia de novo, mas se colocasse ela no berço, ela berrava. Se não fosse assim, eu a ninava, colocava no berço, mas em 20 minutos ela acordava aos prantos. Teve noite de ela acordar 15 vezes! Aí eu descobri que se deitasse do lado dela, ela dormia. Passamos algumas noites assim: ou o pai descia com ela e dormiam os dois no chão a noite toda, ou ela vinha para cama e dormia comigo. Em nome do sono, permiti fazer isso algumas vezes. Mas tinha de pôr um fim nesse mal costume.
Falei com médico, ele receitou Muricalm, como um tratamento por 15 dias e assim, ela passaria a dormir melhor. De fato, foram 15 dias dormindo até 8:30 da manhã. Uma beleza. Mas ao fim dos 15 dias, ela voltou acordar. Bem menos estressada e bem menos vezes, mas pelo menos não a trago para meu quarto, nem para minha cama.