quinta-feira, 13 de março de 2014

Medo

Olá pessoas lindas, como foram de carnaval? Aqui apesar de não termos viajado, foi legal também. Conseguimos fazer bastante coisa, portanto bastante produtivo. 

Venho neste post abordar um tema rotineiro na vida de toda mãe: a fase do medo. Interessante é que quando temos mais de uma filho, independente de serem trigêmeos ou não, temos sempre a fase do medo, mas com reações totalmente diferentes em cada filho. E nós também reagimos diferente com cada um. O primeiro é sempre mais difícil por sermos pegos de surpresa e nos próximos a experiência anterior já serve de ajuda.

Eu mesma, com os 3, como em tudo, tive três exemplos de comportamento diferentes para essa situação e o meu também foi diferente para cada um e o último pegou a melhor parte. rsrs 

Como tudo começou: ano passado, um mês antes dos três completarem 4 anos, Natália, uma noite aparentemente igual às outras, começou a gritar no meio da noite. Dizia que não queria ficar sozinha, que tinha muito medo, que queria dormir no meu quarto ou então que eu fosse dormir no quarto dela. Confesso que fui pega de surpresa no meio de uma madrugada qualquer, com uma criança histérica e me vi histérica também. Me recusei a ficar no quarto com ela ou deixar ela dormir comigo. Argumentei que minha cama não caberiam 3 e não seria justo deixar 1 só, que ela não estava sozinha mas sim com os dois irmãos e bla bla bla.

Mas no caso dela deu nervoso pois ela ficou mesmo histérica, pânico, dava nervoso e eu me senti impotente. Tentei sondá-la pra ver se algo diferente havia acontecido mas ela dizia estar tudo bem. Fui na escola e perguntei se na escola ela estava diferente e expliquei o que estava acontecendo. Eles disseram que iam ver com outros cuidadores e professores que ficam com ela, mas igualmente disseram ter percebido nada. E além disso, a coordenadora pedagógica falou que chamou ela para umas conversas lúdicas sobre comportamento, medos e tal e ainda assim não perceberam nada de errado.

Conversei com a pediatra e a mesma falou que era normal na idade apresentar medos, para eu ficar no quarto até ela adormecer e depois sair, conversar e coisas assim. Passamos a deixar ambas as portas do quarto entreabertas e a luz do banheiro e do corredor acesas. E mesmo sem dormir lá, levantei N vezes durante muitas noites seguidas para ir socorrê-la, conversar e esperá-la apagar. Admito que cansei. Eu não sou de ferro. Até que um dia, do nada, bem como começou essa confusão toda, ao me despedir dos 3 antes de dormir, ela falou: mãe, eu estou com meus irmãos né? Eu não fico sozinha e eu confirmei. E ela disse então: a gente tem que dormir no nosso quarto né? Eu vou dormir no meu quarto sem te chamar. 
Eu falei: que bom, quero ver. E aí ela finalizou: posso comer o docinho que tá na cozinha amanhã se eu dormir no meu quarto comportadinha? Eu pensei e achei justo dar um prêmio por uma mudança positiva. E a partir daí ela dormiu como se nada tivesse acontecido nos últimos tempos.

Só pra constar: ela exigiu recompensa e ganhou por 3 dias seguidos, depois eu cortei pois expliquei que ela não tinha mais medo e se comportar era obrigação dela bem como dos irmãos e não deveria haver mais recompensa por isso, pois o medo já passou. Ela aceitou e ficamos felizes.. Para constar 2: Ela mesma encontrou uma solução para sua carência pessoal: ela passou a dormir com os irmãos. Vira e mexe eu a pegava na cama de algum irmão. Desde quando ela estava tranquila, em seu quarto e seus irmãos estavam de acordo, permiti. Hoje em dia ela já dorme só, mas de vez em quando vai pra cama dos irmãos por farra mesmo. Na verdade, muitas vezes dormem os 3 juntos na mesma cama. Quem sou eu para separá-los? rsrs

O mais interessante é que os outros dois eram acordados toda noite em meio a gritaria da Natália, viam o movimento meu e do pai e nem se abalavam. Parecia quem nem era com eles, aliás, nem era com eles mesmo! Naquele momento...

Em dezembro/13 ou janeiro/14, não sei precisar, foi a Luisa. Ela por sua vez NUNCA fez escândalo. Apenas todas as noites pedia para dormirmos lá e eu mantinha o mesmo discurso e não dormia lá. Daí ela fazia diversas visitas noturnas ao meu quarto pedindo para ficar lá. E eu a levava de volta sem acordos. Ela pedia pra deixar a tv ligada all night mas eu no máximo ligava e programava para dali a 30min e avisava a ela que iria desligar sozinha e ela aceitava. Pedia para abrir mais as portas, para aumentar a claridade e pior: nem isso eu aceitei, falei que iria ficar claro demais para os irmãos e dizia que estava claro o suficiente. Não sei bem certo quando acabou, mas ela desistiu das investidas noturnas e se conformou. Bem tranquilo, sem traumas. 

Agora, surpreendentemente, o Rodrigo resolveu ficar com medo. Mas também sem escândalos. Na verdade ele sequer admite o medo. Eu sei que é, mas tudo começou essa semana ele indo ao meu quarto dizendo que estava sem sono... Eu falei para voltar pra cama e deitar que o sono vinha. Ele pediu pra ficar no meu quarto e eu repeti o de sempre. Ele voltou calado mas eu ouvi ele choramingando e fui até lá. Diferente das meninas, o Rodrigo raramente me contesta, ele aceita e obedece. Mas eu não podia também simplesmente aceitar que ele fosse embora mas ficasse lá com medo né? Daí fui até o quarto dele e conversei, expliquei, beijei... Ele aceitou mais ou menos, então chamei reforço: pedi que o pai fosse lá conversar também. O Rodrigo responde muito bem às nossas conversas. Depois disso ele dormiu.

No dia seguinte mais uma visita: ele dizendo que não conseguia dormir. Eu mandei ele voltar, fui com ele, conversei, beijei, ouvi um choramingo de dez segundos e ele já estava dormindo. Ontem, mais uma vez, no meio da madrugada lá vem ele e dessa vez não disse nada. Ficou me olhando. Eu o peguei pela mão, com muito carinho, levei na cama, conversei, beijei, pedi pra ele pensar no dia seguinte o que ele poderia fazer de legal, que ele teria futebol e iria brincar com os amigos até o sono chegar. Dessa vez não teve choramingos e ele nem reclamou, virou para sua posição de dormir e simplesmente apagou. Hoje de manhã ao acordar foi direto me ver e eu o parabenizei por ter acreditado em mim e ter obedecido, que ele estava de parabéns e era assim que um mocinho agia e agradeci por ele me ajudar tanto. Ele fica muito orgulhoso quando o parabenizo e se esforça sempre pra agradar. Estou certa de que essa noite nem visitinhas vou ter. Conheço meu rebanho. rsrsrs Vamos ver. ;-)

Fato é que os três, diante da mesma situação, situação parecida e em momentos diferentes, apresentaram reações completamente diferentes, com intensidades diferentes e os momentos tiveram durações diferentes. E a mamãe também reagiu diferente, infelizmente com a primeira não foi tão fácil. A segunda teve mais paciência e jogo de cintura meu e no terceiro, eu já estava afiada na conversa e calejada das noites mal dormidas que fui demasiadamente paciente a amorosa. Pois percebi que a resposta assim era mais positiva. Como em tudo que fazemos, mas é que nem sempre a gente raciocina antes de agir. 

Um comentário:

Desirée Tapajós disse...

Paola realmente quando acontece a primeira vez, nos não sabemos muito como agir, na segunda já estamos mais esperto e se a mesma situação acontece pela terceira vez já sabemos exatamente como agir :).

Lá em casa é a mesma coisa sempre três reações para situações parecidas.


Tri-beijos Desirée
http://astrigemeasdemanaus.blogspot.com/