Como a maioria dos nossos seguidores sabem, sempre tive ajudantes pra cuidar das crianças e da casa, afinal minha mãe e pai trabalhavam o dia todo, todo dia e meus sogros moravam longe. Tinha de ser mesmo alguém contratado pra isso.
A princpipio uma que cuidava da casa e ajudava com as crianças, no mês seguinte vi a necessidade da segunda, até mesmo pra cobrir um tempo maior. Enfim, o tópico não é pra entrar em detalhes sobre o funcionamento das babás aqui, até porque já falei sobre isso antes, é só voltar atrás um pouquinho nos posts e acharão também sobre isso.
Esse post de hoje é pra falar da reação das crianças à separação de suas babás. Uma delas esteve presente desde que nasceram e a outra chegou logo no segundo mês, que pra eles é a mesma coisa de tê-la desde sempre. Fato é que eles eram MUITO apegados a elas, afinal elas cuidavam deles desde pequeninos e mimavam sempre com muito carinho. Faziam até mais vontades que eu as vezes.
Elas nunca dormiram com a gente, por um consenso comum do casal, optamos por não ter ninguém em casa à noite, mas até isso mudou nos últimos meses. Com a mudança de estado, elas vieram para o Rio com a gente para ajudarem nesse comecinho de terra nova, até eu ter um pouquinho mais de independência e aproveitaram pra conhecer a cidade maravilhosa, claro.
Apesar de mesmo morando em nossa casa por uns meses, nesse processo de adaptação, ainda assim, ao chegar o fim do dia elas saíam, iam ver novela, ou seja, agiam como se não estivessem ali e eu não queria também abusar e sempre respeitei o horário delas. A não ser que, previamente houvesse um acordo de trocarmos o dia pela noite para eu ir num jogo, jantar ou coisa assim. Quero mostrar que mesmo não tendo elas como empregada à noite, nesse período aqui no Rio, elas moraram com a gente por 4 meses e os laços entre elas e as crianças se estreitaram. Eles as viam de domingo a domingo, mesmo quando elas não trabalhavam ou íam pra rua de folga. Mas sempre que eles acordavam, bem ou mal, as viam na cozinha tomando café e sabiam onde era o quarto delas. De vez em quando iam lá de espontânea vontade visitá-las. Quando Rodrigo aprendeu a abrir portas então, nem se fala.
Eu sabia que elas um dia iam embora, afinal tinham família na Bahia as aguardando, mas combinamos de ir uma primeiro, quando a escola deles começasse e a outra iria depois, em novembro, como solicitado por ela mesma e consetido por mim. No meu ponto de vista, seria ótimo assim pois eles sentiriam menos se fosse uma de cada vez. Mas, para minha surpresa, uns 4 dias antes, a segunda me comunicou que mudara de idéia e iria embora junto com a outra.
Tirando o fato de me deixar na mão sem sequer ter arranjado alguém pra substituí-la e num momento de adaptação na escola das crianças que precisava bastante da minha participação, o que não vem ao caso tratar aqui no blog, me preocupei com a falta que as duas fariam a eles. Além de não mais aparecerem, não estaria mais na cozinha tomando café ou no seu quarto como costumava ser. Sofri de véspera e cedo demais.
Para minha surpresa, eles não só levaram numa boa, como se nada tivesse acontecido, como também aceitaram a nova empregada numa boa. (o que eu achei que também seria difícil). A impressão que dá pra mim é que eles se contentaram com a troca de uma babá pela outra, parece até gente grande. Cuidado pretendentes: pra eles rezará a lei da FILA ANDA. kkk
Talvez tenha sido por conta das diversas mudanças. Eles passaram a frequentar um ambiente novo todas as tardes, com um mundo de TIAS cuidando e paparicando eles. Uma infinidade de amiguinhos. Uma nova tia em casa (a empregada nova agora é tia). Aliás, TODO MUNDO agora é titia e titio (como usado na escola). ENGRAÇADÍSSIMO. A moça da pipoca é titia, o porteiro é titio e por aí vai.
Eu achei que tais mudanças o fariam estranhar mais, mas ajudaram. Pra ver que as coisas são imprevisíveis e não adianta a gente fazer muito plano, muito menos sofrer de véspera. Mais uma lição a ser aprendida. Assim como eu não esperava ficar sozinha de repente, não imaginava que seria tão fácil. Lógico que estou trabalhando bem mais e sobra muito pouco tempo, reduzindo minha liberdade, mas é um trabalho mais prazeiroso e o que é melhor, estou dando conta e meus filhos estão mais felizes que nunca.
Outra coisa a favor foi a chegada de um novo vizinho com duas crianças pequenas. Todo dia saio com três e ficamos eu, a babá dos meninos e os 5 misturados. Nem sempre brincam juntos, pois são de idades diferentes, mas já distrai ver mais crianças, ver brinquedos diferentes, estar na "rua". Até a babá dos meninos é uma tia nova. Eles chamam por ela e pedem coisas a ela. Eles entendem como tios pessoas que os ajudam. kkk Se der algo pra ele, ou se for conhecido é tio e tia. O porteiro, que já é conhecido é tio, o pedreiro do vizinho é "uomi" (o homi, o homem) pois é um estranho. Essas crianças me aparecem com cada uma... kkk
Pra avariar emendei um assunto no outro e falei demais. De babá passei pra titias, mas uma coisa puxou a outra e a idéia primordial foi transmitida. Há 20 dias sem as duas aqui e eles nunca choraram e não demonstraram falta. No primeiro dia perguntaram e eu falei que foi embora. Foi pra casa dela. No segundo dia pergutaram apenas e eu dei a mesma resposta. Aceitaram e não perguntaram mais...
Beijos e até.